Imprensa

Apesar da escrita se tornar a memória de um povo, de uma cultura, de vencer, sob este aspecto, a barreira do tempo e do espaço, existiam alguns problemas. Os manuscritos inicialmente eram gigantescos, pesados, propriedades de bibliotecas e difíceis de manusear. O homem empenhou-se na popularização da escrita e, em 1450, recebeu um impulso com a imprensa de Gutenberg.
Profecias apocalípticas foram efectuadas no hemisfério dessa descoberta por aqueles que detinham nas suas mãos os manuscritos, modelos singulares, e não desejavam que esse saber estivesse ao alcance de todos, mas que continuasse limitado aos conventos e bibliotecas de acesso vedado ao povo. A imprensa chegou a ser considerada heresia. Com o passar dos anos, essas profecias desmoronaram-se e o livro tornou-se móvel, disponível para apropriação e uso pessoal.
A invenção da imprensa vem aumentar consideravelmente o número dos cultos e alfabetizados, revolucionando teorias e práticas anteriores. Este meio, mais económico e de fácil manuseamento, induz à vontade de conhecer, processar e comunicar toda a informação armazenada. O conhecimento alarga-se e perpetua-se, estabelece novas etapas na evolução do homem e, consequentemente, das sociedades e produz uma certa “massificação” das mensagens, da obtenção da informação e na moldagem do saber.
Por tudo isto, a imprensa é fundamental na sociabilidade entre os Homens. Estando a informação disponível mais facilmente, o transmitir de conhecimentos torna-se mais comum e fácil de realizar.
É neste contexto, que surge um novo meio de comunicação, de elevada relevância no processo de socialização: o Jornal. Este permite uma maior divulgação dos acontecimentos locais e exteriores, que de outra forma não era conseguido. Ao chegar a todos os estratos sociais, o Jornal assume-se como um elemento impulsionador na divulgação das notícias e desenvolvimento social e cultural.
O primeiro jornal português foi fundado em 1641, no continente, com o nome “Gazeta de Lisboa”.
Com a proliferação de diferentes jornais, a imprensa escrita passa a estar ao alcance de todas as classes da sociedade que, por razões económicas, não conseguiriam adquirir livros. No entanto, é de salientar que o aparecimento do jornal vem revelar o nível de analfabetismo na sociedade, sobretudo nos estratos mais baixos, os quais, apesar de, nesta altura, terem mais facilmente acesso à informação e à leitura através do jornal, não conseguiam tirar partido deste novo meio de comunicação.
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